DIA DO PAI


Este foi o desenho que fizeste do Pai para a exposição na escolinha!
Ficámos muito babados porque dos meninos do teu grupo foste a única que coloriu o desenho (ainda por cima com predominância para o azul porque é a cor preferida do paizola!) e não rabiscas apenas. Os braços já não saem da cabeça (como começa por ser nas primeiras tentativas de representar a figura humana - fase do girino) e há preocupação em trocar de cores!
Pormenor curioso: na tua ideia o pai tem barba e é aquela coisa estranha no lugar do pescoço! Suponho que nem sabes o que seja ter barba... basta que pique um bocadinho quando há beijoquices e para ti já dá direito a aparecer no desenho do pai! Eheheh!
Pintáste na escola duas bases para copos (num estilo mais vanguardista... lol!) e comprámos uma caneca azul (pois claro!) para lhe oferecer!
FELIZ DIA, PAIZOLA!

Do Natal ao Carnaval

Bem, filhota... os meses vão passando e as palavras neste blog escasseando. Na verdade tenho menos tempo para escrever, como sabes.
Gostava de ter escrito sobre a excitação de presentes do Natal; sobre um certo anúncio televisivo da Mimosa em que o Pai Natal (depois de uma atribulada e barulhenta descida pela chaminé) é surpreendido por um menino curioso e acaba por cair de susto, embrulhado na árvore de natal, e é ajudado pelo menino, que carinhosamente o ampara até à cadeira onde se senta a beber o leite morno com bolachas, e que te arrancava a melhores gargalhadas; sobre o entusiasmo com as músicas natalícias, cujas letras memorizáste em três tempos; sobre o facto de, este ano, a curiosidade ter sido mais forte e te teres esgueirado pelo patamar do prédio, dos avós Celeste e Zé, a ver se ainda espreitavas o Pai Natal (o maroto já se tinha pirado, não fosse escorregar no piso molhado e acabar a beber Bongo com guarda-chuvas de chocolate, que a bem da verdade seria o que farias questão de lhe oferecer, aposto! Eheheh!).
Mas, no almoço do dia de Natal a avó Nide sentiu-se mal e foi hospitalizada. Suponho que esse acontecimento me tirou a vontade de escrever sobre esta época, que sinceramente, desejei esquecer. Deveria ser proibido adoecer ou falecer no Natal. E já há dois anos consecutivos que os nossos natais (o teu um bocadinho menos, por teres menos noção das coisas) têm sido tristes, o que lamento muito. É uma época de que sempre gostei bastante e que espero não volte a ser assombrada por acontecimentos maus tão depressa... não é esta a imagem subconsciente que quero que guardes ou que associes à quadra: de alguma confusão, agitação, de tristeza ou melancolia, de nervosismo e ansiedade.
Mas do Natal ao Carnaval tudo se compôs: a avó melhorou, tu estás óptima, já se vislumbram promessas de Primavera e de dias maiores. Espero que com isso mais pretextos bons para te escrever.
De resto, estás cada vez mais crescida e independente.
Tens comido muito bem, estás mais pesadota, adoras o colégio, falas pelos cotovelos de manhã à noite, tens mesmo um certo bicho carpinteiro que te impede de estar quieta, andas mais desafiadora e teimosa, continuas meiga e de trato fácil.
Continuo a achar que és obediente q.b., apesar de tudo; que tens alguma resiliência que me enche de orgulho (no dia em que a avó foi para o hospital foste de uma coragem admirável: permaneceste no colo do paizola, calma e serena, muito calada, apesar de toda a confusão instalada no meio de gritos e lágrimas meus, da tia Guida e do avô Fernando; naquele dia, a tua expressão segura enquanto te vestia o casaco e te explicava que era preciso que fosses com o pai para casa da avó Celeste porque a mãe iria com a avó para o Hospital, deixou-me tão tranquila que só te posso agradecer e congratular-me, porque acho que eu e o paizola só podemos estar a fazer um bom trabalho nesta assombrosa tarefa de te educar...); acho que és uma miúda feliz em quase 100% dos teus dias, a julgar pelas tuas constantes gargalhadas fáceis, pela tua excitação com que as mais pequenas coisas te despertam (uma saqueta de cromos, fazer um bolo comigo, brincar a qualquer coisa comigo ou com paizola, aprender e jogar um jogo novo (o pai anda a ensinar-te a jogar alguns daqueles jogos de cartas muito básicos), sei lá... mil e uma coisas, todos os dias, são pretextos para seres feliz!
E cá estamos, nesta foto, vestida de Cinderela, no dia do desfile de máscaras do colégio. Não ganháste o desfile, como é óbvio, mas participáste com entusiasmo, que é mais importante. É bom que te vás habituando a este tipo de exposição pública, porque trocáste o Taekwondo pelo Ballet (opção inteiramente tua, precedida de um entusiasmo divertido e notado pela própria professora!) e não tarda estarás a apresentar-te num pequeno bailado na festa de fim de ano, ehehe!
Não vou prometer ser mais assídua mas prometo que voltarei a escrever tão breve quanto possível, Pipoca!