JÁ NASCEU

O PEQUENO

DIOGO!!!



Parabéns tia Carla P. e tio Gabes!

*Tatibitati!



«(...)De forma bastante peculiar e especial, a mãe
tende a usar uma intensidade de voz mais alta do
que a que usa geralmente, exagerando na inflexão vocal, usando frases pequenas e simplificadas; a voz da mãe possui uma musicalidade significativa para o seu bebê. A importância dessa fala está na manutenção da atenção e na construção do vínculo afetivo. (...) Ao que parece, o principal elemento a ser considerado no maternalês é a relação afetiva estabelecida, como Brown (apud Elliot, 1982) relata: “inspiram afeição, ternura e intimidade”. Provavelmente, essa relação afetiva enseja desejo, na criança, de participação no diálogo.(...)
O maternalês constrói um espaço na interação onde são permitidas e valorizadas as trocas afetivas, tão importantes para o desenvolvimento da criança. Nessa relação de afeto, é possível perceber como a mãe facilita e possibilita à criança a continuidade no diálogo, conduzindo e estruturando sua fala. Ou seja, o maternalês apresenta características lingüísticas que provocam as construções da criança e características paralingüísticas que mostram estados emocionais acolhedores para que a criança se sinta envolvida com a fala da mãe (...)»
in, Distúrbios da Comunicação, São Paulo, 18(2): 201-208, agosto, 2006,
Eliane V. Dadalto, Marcia Goldfeld
*Tatibitati é uma outra forma de designar o maternalês.
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Pois é, descobri que agora falo 3 línguas: português, inglês e maternalês!!! Curioso... ainda há pouco dias me havia questionado sobre porque raio é que quando falo para ti (sobretudo se te estiver a orientar no sentido de que faças alguma coisa) o meu tom de voz eleva-se automáticamente (como se fosses surda, ou assim... hihihi!) e a língua enrola-se para dizer algumas palavras e invento coisas estapafúrdias como peixinho do mar para me referir a um simples bocado de peixe que está no teu prato á espera de ser comido... do mar... já se sabe que é do mar... aliás até pode ser do rio! Eu cá nem pesco nada disso, calha bem!
Sim, tinha de ter uma explicação... só não sei muito bem quando e onde tirei o curso de maternalês... só sei é que falo essa língua desde que nasceste!!!
Mas, pelos vistos ainda bem que é assim. Aliás, sempre falei imenso para ti, desde os primeiros dias. E olha que não falo sempre em maternalês. Sempre procurei explicar-te tudo como se pudesses compreender, desde os primeiros dias: se estava a mudar-te uma fralda relatava-te os passos todos (agora vamos tirar isto, despir aquilo, por o creme...); se choravas de contrariedade explicava-te o porquê de teres de ser contrariada (sempre reforçando que compreendia as tuas razões...); se queria que adormecesses explicava que é necessário e agradável dormir (mesmo enquanto berravas furiosa...); se estavas na espreguiçadeira enquanto fazia qualquer coisa, dizia-te o que estava a fazer. Enfim, foi um hábito que criei e que sempre achei benéfico. Sabia (e sei) que estimula o desenvolvimento da linguagem e da compreensão nos bébés e que, mais tarde, poderá ter reflexos positivos.
Agora, de facto, sempre conciliei o maternalês com o português correcto e cada vez mais tenho dificuldade (porque cada vez te pressinto menos bébé e mais criança...) em explicar-te as minhas razões quando fazes uma birrinha qualquer sem usar um vocabulário complexo, corrente. Acho que, instintivamente, guardo o maternalês para ocasiões em que pretendo que sintas confiança, ternura, carinho, afecto. O maternalês vem sempre com beijinhos e abraços e sorrisos e brincadeiras e olhares cheios de cumplicidade.
Não substimo, nem nunca substimarei o poder da linguagem: seja a linguagem dos afectos ou a da pura e simples comunicação!
Oh, sexta-feira: estou desejosa de tatibitatiar contigo!!!

Ui... nervoso miudinho...!



Força Diogo!

Baby Steps

Se alguma vez não me custou deixar-te para vir trabalhar não me lembro. O que sei é que agora custa-me cada dia mais, quando seria de esperar o contrário... suponho...
Estás numa fase giríssima.
Curiosamente, estás mais calma. Andas o tempo todo pelo chão, aos passinhos, de um lado para o outro. Mexes em tudo, corres tudo, deitas tudo ao chão mas... é giro ver-te tão atarefada! Por outro lado, refilas menos, choramingas menos, aceitas melhor o sono quando estás cansada. E... estás mais meiga e doce. Agora dá para perceber, com mais certeza, que vais ser uma menina carinhosa. Da simpatia, por exemplo, nunca houveram dúvidas: os teus largos sorrisos não supunham outra coisa.
As escassas horinhas, ao fim do dia durante a semana, e os dois dias dos fins-de-semana deixam-me êxtasiada... delicio-me com as tuas expressões faciais cada vez mais complexas, com as tuas brincadeiras, com as tuas iniciativas novas (como querer comer o que nós comemos; ou tentares manipular o comando da televisão como nós fazemos; ou quereres segurar a tua escova e penteares-te, a ti ou a nós; ou quereres dar-nos comida á boca como fazemos contigo). Delicio-me de cada vez que percebo que entendes claramente o que te dizemos.
Sei que já conheces muitas palavras e que começas agora a tirar o sentido das coisas. Por exemplo, ainda ontem, no centro comercial começáste uma birra. Tinha-te posto no chão enquanto esperávamos a avó Benilde que tinha ido à casa de banho. Quando te peguei ao colo para irmos embora começáste aos gritinhos e a espernear porque querias ir para o chão... Fui, parte do caminho a explicar-te: «a Filipa agora não pode ir a andar porque anda muito devagarinho e assim ao colo andamos todas mais depressa... blah, blah, blah». Começáste a gritar mais alto: percebeste que te estava a dizer «não», mesmo tendo evitado a palavra. Disse-te, então, em tom firme e baixinho: «Ai, ai, ai! A Filipa não vai para o chão e a mãe já explicou porquê!... Que coisa feia, a gritar...». E pronto. Encolheste os braços e sossegáste. O que me levou a acreditar que percebeste qualquer coisa.
E conheces tantas palavras... mão, , braço, cabeça, cão, televisão, mamocas(hihihi!), 'bigo (umbigo), almofada, sofa, bolacha, banhoca, fralda, cócó (hihihi!), sopinha, peixinho do mar (hihihi!), arroz, pão, comando, bolinha, brinquedos, óó, chapéu, chucha, casaco, Ratatui (este desgraçado no domingo experimentou um voo dentro da gaiola em direcção ao chão!!! És uma marota!)... oh, nem me lembro de todas...!
Por tudo isto e mais, custa-me muito não poder estar mais tempo contigo... as manhãs continuam a ser muito complicadas...

Olha a Croc lindinha!!!


Ontem comprei-te umas Crocs (imitação, pois claro, as legítimas são um balúrdio e no teu pézito em crescimento um desperdício de dinheiro!) !!!
Cor-de-rosa, muito canochitas, macias, maleáveis, deliciosas!!!
E hoje já levo comigo uns morangos e umas flores para as enfeitar...! Não tenho emenda, pois não?! Eheheh!!!

Chuchinha....!



Ah! Não podia deixar de dedicar um post à tua preciosa chucha...
Para início de conversa, convém esclarecer que a chucha foi um hábito que eu e o teu paizola decidimos introduzir na tua vida. Na altura, a decisão veio como solução para que deixásses de exigir a minha mama para te consolares e sossegares. Chuchar é um reflexo precioso nos recém-nascidos, aquele que lhes permite assegurar a sua alimentação. Dizem os entendidos, e eu acredito, que proporciona aos bébés uma enorme tranquilidade e segurança, apesar de por volta dos 6 meses, desaparecer como reflexo e poder manter-se como elemento securizante. Por isso, aos 2 meses ainda te segurávamos a dita na boca, durante todo o tempo que era preciso para te adormecer, por exemplo, porque eras muito sôfrega a chuchar e ela, não raro, dava grandes saltos olímpicos para fora da boca que te deixavam verdadeiramente zangada!!! O tio Bruno há-de lembrar-se, concerteza, das vezes que ele proprio te segurou a chucha para que eu e o teu paizola pudessemos jantar em paz e sossego! Hihihi!!!
Mas bem, ultrapassadas dificuldades, a chucha foi dos primeiros objectos que tentáste manipular logo que as mãos deixaram de ser o teu entretém favorito. A partir dessa altura a tua chucha começou a conhecer os amargos das consecutivas quedas e voos alucinantes em direcção ao chão e ás paredes... Hoje em dia, fica muitas vezes esquecida durante as brincadeiras e não te acho muito dependente dela. Mas, quando acordas acho um piadão: procuras a chucha e colocas na boca, tal e qual como se fossem óculos que precisasses para ver!!! Não adianta falar contigo: primeiro pões a chucha e depois olhas-nos com cara de quem diz «Sim, digam lá agora. O que é que estavam para aí a dizer?». Depois de comer, sim, precisas muito da tua chucha. E para dormir, claro. Nem vale a pena deitar-te no meu colo sem ela!
Falo-te da tua chucha, porque me lembrei de um episódio de ontem... (ás vezes acho que tens coisas de criança mais velha...) Estava eu muito divertida a espicaçar-te - tirava-te a chucha da boca, segurava-a presa pelo prendedor e pendurada e não deixava que a conseguisses agarrar, depois deixava e tu punhas na boca e eu tirava novamente e puxava pela ponta do prendedor e tu rias, rias, rias - ás tantas, começáste a ficar um bocadinho irritada e eu devolvi-te a chucha; tu colocáste-a na boca e, com um ar muito sério, seguráste a ponta do prendedor (para que eu não puxasse mais por ali! Hihihi!) e escondeste debaixo do teu braço!!! Achámos delicioso!!!
(Faz-me lembrar quando vou ao teu lado no carro e apoio o braço na tua cadeirinha e tu, com o teu bracito, empurras o meu para fora! Tipo «Tira lá daí o bracinho que esta é a minha poltrona!!!»; fazes isso há tanto tempo e eu fico a pensar que tu tens atitudes que eu não imaginava possíveis em bébés tão pequenos! )
Bem, sobre a chucha estamos conversadas e volto a dizer: é para dar aos peixinhos do mar quando tiveres 2 aninhos (ou 3, vai depender...)!
De resto, quero dizer duas coisas:
1. É SEXTA-FEIRA!!!
2. Ontem já voltamos a dormir em nossa casa porque a Fernanda foi uma querida e limpou o pó e o lixo todo do quarto dos paizolas. Só para a semana vão arranjar o chão... vamos ver como vai ser... snif...!

A Sala de Estar...



Estamos provisóriamente alojados em casa da avó Celeste e do avô Narciso... Tivémos uma infiltração de água na parede do petit WC e o caos instalou-se lá em casa: a água fez levantar os tacos de madeira do chão do quarto da mãezola e do paizola e tiveram de rebentar aquilo tudo! Resultado: há pó e não temos onde dormir!
Ontem já dormimos na casa dos avós... tive receio que não fosse fácil adormecer-te mas... correu tudo bem! Acho que já estás mesmo muito habituada a adormecer áquela hora e nem este tipo de mudanças interfere já com esse hábito. Ainda bem.
Pior sou eu... oh, a casa dos avós é muito confortável e acolhedora mas... senti muita falta da nossa casinha!!! Sou muito agarrada á nossa casa, ás nossas coisas; preciso de tudo aquilo para me sentir descontraída e descansar de facto. Daí que nas férias precise sempre de uns dias em casa, em paz e sossego, a organizar as minhas coisas, no meu habitat... E hoje até parece que me custa mais saber que no final do dia não vamos para lá!
Habituei-me a estar mais tempo em casa quando fiquei grávida de ti. Principalmente nos primeiros meses, apetecia-me muito descansar no sofá, ver televisão, ouvir música, ler... comecei a fugir do cafezinho habitual com os amigos todas as sextas e sabados á noite, não me apetecia muito sempre as mesmas conversas, pensava o tempo todo em ti e em como me sentia diferente, muitas vezes sentia-me incompreendida pelas pessoas e era agradável estar sozinha (mas TÃO completamente acompanhada - um bébé na barriga torna-se uma espécie de amigo imaginário com quem partilhamos pensamentos que gostamos de pensar que são, de facto, ouvidos. E é tudo tão íntimo - aquele movimento que só nós sentimos, as voltinhas de satisfação que se sentem na barriga quando nos deitamos para descansar...)!
Hoje em dia faz-me falta a sala de estar ao fim do dia, contigo, a ver-te de um lado para o outro, numa azáfama interminável, a percorrer tudo, como se tudo estivesse a ser visto pela primeira vez: primeiro é atirar os comandos da televisão de cima da mesa de centro para o meio do chão, depois ir ao tapete dos brinquedos demanchar os puzzles de madeira e trazer umas quantas peças na mão para espalhar pela sala, depois voltar á mesa de centro, espreitar para a prateleira e atirar todos os DVD's de desenhos animados (uma colecção de Noddy's, Ruca's, Poccoyo's e afins!) para o meio do chão, rumar em direcção á estante e atirar, uma a uma, cada uma das revistas que compõem uma simpática pilha de Bébés d'Hoje, Mães Ideais, Pais & Filhos, Crescer c/ Saudes, Super Bébés e afins para o chão (amontoam-se ali desde que nasceste pois passei a comprá-las todos os meses!), depois segues caminho até á mesa da televisão e vem para o chão tudo o que lá estiver em cima, a seguir a habitual tentativa de mexer no leitor de DVD e na box da TVCabo, e repreendida como de costume lá vais tu para o corredor atirar com as bolinhas e as peças plásticas que persegues de um lado para o outro...
Depois de jantar, arrumada e preparada a tralha para o dia seguinte, de novo o regresso à sala de estar: ver televisão, acabar uma leitura, descansar no sofá... Eu que sempre fui de dormir cedo, aprendi a recarregar um bocadinho as baterias com este exercíco de descontração: estar, pura e simplesmente, na nossa sala!
Bem, alonguei-me muito neste post tão sem graça... esperemos que em breve possamos regressar.

As tentações da Pipoca...

O post de hoje é inteiramente dedicado ás tuas tropelias...
Na sala de estar:
«Filipa, deixa estar os chinelos do pai!»
Silêncio. Nem olhas para nós quando falamos. Pegas num chinelo que preparas para por na boca.
«NÃO!!! Dá cá isso!»
Novo olhar inocente e dás-nos o chinelo para a mão. O dito regressa novamente ao chão e lá voltas tu á carga. Boa... lá vão os chinelos atirados pelo ar para longe da tua vista.
.........
«Filipa!!! NÃO!!! Meu deus, estás a comer a terra do vaso???»
Novamente o olhar inocente seguido de um franzir do sobrolho quando te levanto do chão a toda a velocidade para te ir lavar a boca e as mãos. Na cozinha, enquanto te passo as mãos por água, colas a tua cara á minha com um ar muito malandro e ris com aquele sorriso safado que muitos de nós já conhecem...
..............
«Filipa, não mexas aí!« (box da Tv Cabo)
Um pequeno sobressalto.
«Sai daí!»
Nada. Nem uma reacção. Começas a puxar o cartão da box. Levanto-me.
«PÁRA!!!»
E ainda uma última tentativa muito rápida e enérgica de tentar sacar fora o raio do cartãozinho maroto que tem, convenhamos, um ar tentador... até a mim me apetece puxá-lo! E pronto, lá voltas tu, um nadinha contrariada, para o teu tapete dos brinquedos. Aqueles a que tu não ligas.
No carro:
Sento-me do teu lado. Mexo na minha mala ou ponho os óculos de sol. Espreitas na minha direcção e logo o dedo apontador acompanhado de um «hã», como quem diz quero isso.
«O que foi? Não, não te vou dar para a mão os meus óculos, nem a mala!»
O «hã« aumenta de intensidade. E pronto. Os meus óculos estão na tua mão.
«Bolas, Filipa! Tinhas de atirar os óculos para esse lado?!!! Agora não consigo apanhá-los!!! Obrigadinha...»
Novamente «hã»...!
Na cadeirinha da cozinha:
«Queres uma bolacha?»
Acenas que sim. Pomos a bolacha na tua mão e tu ris de satisfação... Uma trinca. Fica logo partida em duas. Uma em cada mão. Com uma das mãos ofereces a bolacha ao paizola, depois a mim e ris se nós a trincarmos ou fingirmos trincar. Muitas vezes depois de estenderes a mão para nos oferecer, tiras logo muito rápido. Largas o primeiro bocado.
«Não vais deitar fora! Papa, filha!»
Mastigando o restinho que tens na boca, olhas-nos com o tal sorriso safado, trocas a outra metade da bolacha de mão e metes o respectivo braço de fora da cadeira.
«NÃO! Não deites para o chão! Depois não há mais!!!»
E a mãozita marota abre-se enquanto olhas para nós e a bolacha cai no chão!
«OHHHH!!! Agora não presta, a Filipa atirou para o chão!»
E, como não há nada como ver para crer, espreitas na direcção da bolacha estatelada no chão e refilas «hã!»
No elevador ao colo do paizola:
Inclinas a cabeça a olhar para o paizola, com um ar muito doce e simpático, quase enternecedor. O paizola está visivelmente babado. Tu manténs o sorriso e zás, sapatada nos óculos que voam em direcção ao chão!
«Filipa, não se faz isso!!! Não se estraga os óculos do pai!!!!»´
'Ta bem abelha!

Esses olhos parecem faróis, Asafa Powell!



Estranho título??? Eheheh!!! Pois... Bem, estamos em época de jogos olímpicos: Beijing 2008. Há um atleta jamaicano que tem um nome que eu acho delicioso: Asafa Powell. Um dia destes eu estava a repetir o nome dele e tu desataste a rir...! E ris sempre que eu o digo. Agora passáste a ser a minha Asafa Powell, o que vem mesmo a calhar nesta altura de progressos no teu desenvolvimento... hihihi! Estás cada vez mais perto de andar sozinha, sem apoio. Se te segurarmos por uma mãozita disparas por ali fora que mais pareces um foguete ou um atleta de alta competição... Eheheh! No domingo, inclusivé, por duas vezes, deste uns três ou quatro passinhos sem apoio! Estavas com qualquer coisa na mão e acho que tão distraída que nem deste conta da proeza e, por essa mesma razão, eu e o teu paizola nem dissémos nada no momento com medo que te assustasses, te desencalitrasses e... caísses! Hihihi!!! Mas é impressionante, de facto, todos os dias acho que a tua destreza aumenta muito e a descontracção com que te deslocas é cada vez mais óbvia. O avô Narciso e a avó Celeste estão de férias... se calhar, quando regressarem tu já andas! E eu... eu queria muito assistir aos teus primeiros passos e fico muito triste por pensar que se calhar não vou ter esse privilégio...
De resto, não há muitas novidades. Esta sexta recebemos a visita da tia Iô e do tio Marinho (que não puderam estar no teu aniversário porque a tia Iô faz anos no mesmo dia que tu!) e tu adoráste! E já estás uma senhora porque mesmo com a visita deles foste dormir sem birras e mais ou menos á hora do costume! Agora uma coisa é certa: sem as rotinas (brincadeira, banho, papa, bolacha e convívio na cozinha, lavar as dentuças, ir ao quarto buscar o Pinkie, fraldinha e colinho no sofá...) não há sono descansado para ninguém! Mas, pelo menos estás a adormecer mais ou menos sempre cedo e sem grandes dificuldades. O próximo passo é adormeceres no teu quarto e, depois, sozinha na cama. Vamos lá ver. Estamos á espera que esta fase do andar passe para depois apostar no sono porque neste momento é mais difícil. É sabido que em alturas de grandes progressos no desenvolvimento da motricidade, por exemplo, as restantes áreas (sono e alimentação) podem sofrer retrocessos (como aliás o sono sofreu desde que começáste a sentar-te sozinha).
E esses olhos grandes e espertos? São para quê?! Adoooooro-te!

Nana Nênê!... dormindo com os pais ou chorando na cama! Pais da modernidade?




Desde que fiquei grávida que descobri um mundo de mães e futuras mamãs na internet... blogs, sites, foruns e grupos de discussão... um mundo.


Já depois de nasceres, caí na tentação de participar num desses grupos de discussão a propósito de uma mãe que abriu um tópico porque estava muito aflita por ter dado a primeira palmada no filho de 12 meses e não resisti em traquilizá-la... defendi que o recurso á palmada faz parte do processo e que, muito embora admita que não é o melhor deles, ainda assim é um recurso, e não acredito que usado com muita moderação traga assim tantas consequencias negativas para uma criança. Ohhh! Gerou-se logo ali uma grande polémica que dividiu opiniões e, inclusive, evoluiu para ofensas e impropérios trocados entre as jovens mães.


Descobri que ser mãe ou pai, hoje em dia, é uma tarefa muito mais complexa do que há uns anos atrás... Sabemos mais, trocamos opiniões, não dependemos só dos médicos e profissionais de saúde para fazer as nossas escolhas, temos acesso a muita informação e formulamos juízos e opiniões acerca de assuntos e experiências pelas quais, inclusivé, ainda não passámos. A grande maioria das frequentadoras destes foruns são mães pela primeira vez e nos primeiros meses de vida dos filhos e falam já, com uma grande convicção, de comportamentos, escolhas e atitudes que pretendem ver projectadas no futuro, na educação dos pimpolhos. Nestes grupos virtuais há exibicionismo, há sentimentos de identificação umas com as outras e companheirismo, o que é no minimo intrigante e curioso, porque as pessoas não se conhecem de facto. Não esqueço a minha formação académica (ainda que incompleta) e não posso deixar de achar graça a tudo isto. A net é fascinante de facto...


Bem, mas tudo isto para te dizer que me faz muita confusão algumas coisas... Vamos por partes. No grupo de discussão que frequento (não deixei de o fazer desde aquela primeira intervenção) andam a surgir muitos tópicos sobre a famosa duvida dos pais acerca do sono dos bébés e de como fazê-los dormir tranquilos. Pois, descobri coisas chocantes. Muitas das mães que me cairam em cima por ter defendido umas palmadas (na famosa altura certa...!) na educação dos filhos, hoje, meses mais tarde, defendem métodos absolutamente selvagens para habituar os filhos a adormecer sozinhos. Como o conhecido método do Dr. Estivill, pediatra espanhol que ganha a vida vendendo promessas de criancinhas e bébés comendo e dormindo como nem os adultos o fazem!


Estes métodos, por estranho que pareça, só encontram resistência nos pais e mães que, por exemplo, defendem o co-sleepping (pais e filhos que dormem juntos na cama dos pais!). E todos os outros pais (que não defendem nenhuma destas teorias) ficam a parecer uns tolos que não têm controlo sobre o sono dos filhos, por exemplo, e vivem experimentando pequenas coisas todos os dias para levar o barco a bom porto). Sim, os pais que como eu e o teu paizola ainda consultam o instinto e o bom senso. Os pais que não têm sentido pratico e deixaram de levar os filhos para as suas camas em nome de um suposto bem estar geral (e o que dizer da altura em que estes se vão ressentir da falta de intimidade no casal ou do dia em que estas crianças se vão ver atiradas para os seus quartos, qual problema adiado?) ou nunca experimentaram deixar os seus filhos a gritar desesperados nas suas camas (bébés de meses que não compreendem o abandono) durante noites seguidas até desitirem de chamar pelos pais e caírem no sono de vez... Teorias básicas do ponto de vista da psicologia humana, digo eu, muito semelhantes ás que se usam para treinar animais! Cão que dorme com os donos é feliz e dedicado, cão que dorme lá fora ao relento habitua-se a não chamar pelos donos e é feliz á mesma! Tudo soluções pronto a fazer.


E o que é feito de pensar pela nossa cabeça?! Como uma jovem mãe deseperada por ir de férias com o seu filho de 2 meses, ao pensar como enfiar na mala do carro: cama de viagem, banheira, esterelizador de biberons... Porque tudo se complicou tanto que é preciso pedir ajuda na internet para descobrir que a banheira é só um alguidar e que qualquer um serve, os tachos também servem para esterilizar, os bébés podem sempre dormir com os pais que não é por isso que nunca mais vão dormir sozinhos! Onde andam as avós e as sogras?! Antigamente aprendia-se tudo com elas, o que é compreensível. Custa-me sim, é um facto, compreender que agora se siga escrupulosamente teorias vazias, baseadas em estudos e não em sentimentos, que contemplam tão pouco o instinto mais básico que é o da parentalidade.
Eu não me considero detentora de nenhuma sabedoria especial e confesso que continuo a frequentar estes grupos de discussão porque sei que, apesar de tudo, tenho aprendido algumas coisas com eles. Por exemplo, ainda hoje descobri que dar mel (na chupeta) a bébés com menos de 6 meses para os sossegar pode ser um erro fatal, por causa de uma doença chamada botulismo. Descobri (já demasiado tarde, pois claro, pois na altura certa mal tinha tempo para descansar quanto mais deambular pela net!) que existem umas cadeiras espectaculares chamadas Bumbo (adequadas a bébés que ainda não se conseguem sentar sozinhos). Descobri que a raça das mães, é uma raça selvagem, teimosa, orgulhosa, apaixonada, insegura...
Já há muito queria escrever este post, mas acho que só agora fui capaz de reunir argumentação. Não é assim á primeira que somos capazes de perceber como nós e todos os pais e mães á nossa volta esqueceram que o exercício da parentalidade é a tarefa mais antiga do mundo! Para quê complicar?!
(dedico este post ás conversas com a futura mamã Carla P. Força, miga, em breve terás o Dioguinho nos braços!)

O sorriso de agradecimento... no final do dia!


PIPOCA EM FESTA!

No sábado, reuniram-se imensas pessoas em nossa casa para comemorar o teu primeiro aniversário e foi giro. Claro que eu não serei a melhor pessoa para fazer este relato porque não parei dois segundos e acho que aproveitei pouco o convívio mas... já se sabe, estas coisas dão trabalho e valeu a pena tudo isso, porque tu mereces!


Parabens a você, nesta data querida...


Ora, pois, esta foi a parte em que acháste tudo verdadeiramente estranho... «Mas porque raio estão estes caramelos todos a cantar esta musiquinha, a bater palmas e a olhar para mim??? Parecem malucos...»












The Pooh, oh The Pooh...!



Ainda tenho muitas arestas para limar como mãe, é um facto... Partir fatias de bolo é uma tarefa que me deixa pouco á vontade, confesso... hihihi! Lá me valeu a ajuda da tua tia Aninhas!

A decoração da festa teve como motivo este ursinho simpático. O teu paizola nega tudo mas eu sempre reparei que, nos hipermercados, olhas muito para ele, muito embora não tenhas nenhum... hum... eu cá acho que tu gostas do Pooh!



Prendas??? Que bom, mais papel e plástico para eu brincar!!!


Bem, não desembrulháste muita coisa, é certo. Mea culpa, Pipoca. Disse a toda a gente que preferia que oferecessem roupa... hihihi! Mas... que culpa tenho eu que não ligues nenhuma a brinquedos??? E a roupa faz sempre falta!!!


... quem diz a verdade não merece castigo... não achas?... hum...

Quero, aproveitar o post e agradecer a presença da tia Ana Margarida, do Tio Marco, do primo Gabriel , da avó Benilde, do avô Fernando, da tia Guida, da avó Celeste, do Avô Narciso, da tia Carla P., do tio Gabes, da tia Mó, do tio Jota, do tio Bruno, da tia Simone, do primo Tomás, da prima Maria, da tia Aninhas, do tio Galante, da tia Nádia, do Tio Martinho, do primo Carlos, do Primo Gui, da tia Sandrinha, do tio Luís, da primita Bruna, da tia Tânia, do tio Nuno, do tio Jorge... ufa... espero não me ter esquecido de ninguém! Ah! Claro! E os confortavelmente instalados (nas barriguinhas das respectivas mães... hihihi!) primo Diogo e primo Rodrigo!!! Nem sei como coube tanta gente na nossa singela casinha...
OBRIGADO A TODOS POR TEREM TORNADO ESTE DIA MAIS ESPECIAL!

E cadê a festa???



Pois... onde anda o relato da festa de sábado??? Hum...???
Querida Pipoca, ainda não tenho comigo as fotos e preferia criar um post quando as tivesse, para melhor documentar o evento!
Está, pois, prometido para breve...
Nos estretantos, quero fazer o habitual relato do teu desenvolvimento aos 12 meses. Assim sendo:
  • Dizes "" (mãe) e ""(pai) e repetes muitos "mamamamamama"'s e "papapapapapa"'s, e "ana" (anda); desconfio que também já dizes "óia" (olha) e "oiá" (olá) - fiquei com essa impressão no domingo quando fomos ao café do vizinho e tentáste meter conversa com uma menina que lá estava... será?
  • Gatinhas muito melhor e ontem aventuráste-te, por iniciativa própria e pela primeira vez, a percorrer mais do que uma divisão da casa - até aqui notava receio da tua parte em sair sozinha da sala, por exemplo; acho que o andador foi o responsável por esse progresso.
  • Andas muito bem só segura por uma mão e, de vez em quando, já te equilibras sozinha sem apoio mas ainda não há iniciativa em dar passinhos - a seu tempo o farás;
  • Acenas com a cabeça que sim ou que não quando te fazemos uma pergunta, mas reparamos que só quando percebes a pergunta respondes não (se for caso de recusar, pois claro!), caso contrário, não percebendo, é sempre sim! Eheheh! Acho graça, ficar sem responder é que não!!! Pareces mesmo a tua mãezinha, sempre a mandar bitaites, mesmo quando não percebe nada do assunto! Eheheh!!! Sem opinião é que não pode ser!
  • Noto que a cada dia que passa percebes mais coisas e fico deliciada com algumas novidades tuas: quando falamos em almofada, vais deitar a tua cabeça na minha (que se não está no quarto está no sofá da sala porque eu sou almofadodependente) mesmo que hajam mais um monte delas á tua volta; á noite, quando te perguntamos se tens óó acenas afirmativamente e encostas a tua cabeça á nossa; se te pedirmos para te penteares, encostas a escova á tua cabecita; no domingo vi-te encostar o sapato ao teu pé, como se estivesses a tentar calçá-lo; agora deliras quando nos das de comer se estiveres a debicar uma bolachita, por exemplo (ora dás á mãe, ora dás ao pai e ris muito!). Estas são as que me ocorrem agora, mas acho que há mais gracinhas que agora não me lembro...
  • Também acho que já ligas mais qualquer coisinha a brinquedos mas agora tens predilecção por peças e bolas que fazes correr á tua frente e que atiras numa perseguição louca! Eheheh! De resto, onde há chinelos, revistas, roupa, molas da roupa, cds e comandos de televisão para espalhar no chão, lá estás tu, incansável na tarefa! E se puderes cuscar um a um os objectos no interior de uma mala ou a carteira de alguém, melhor ainda!

De resto, hoje não há muito mais a assinalar a não ser que estive ao telefone com a Tia Carla P. e fiquei convencida que o primo Ameixinhas está quase, quase cá fora!!!

Ai! Saudades tuas!

Prenda do Sr. António


«És uma rosinha em botão
Que saíste da linda roseira
A mãe que te deu a mão
Será para a vida inteira
Essas folhas verdejantes
Foram apanhadas do chão
Lindas, belas, importantes
És uma rosinha em botão
Tens um lindo caule formoso
Cuidado pela jardineira
Desse jardim caprichoso
Que saíste da linda roseira
A rosa de várias cores
Está junta ao coração
Ficam juntas essas flores
Á mãe que te deu a mão
A mãe guarda sempre a rosa
Na jarra que é a primeira
Essa flor mais mimosa
Será pela vida inteira»
(O Sr. António, senhor de 80 anos que está na portaria do colégio onde a mãe trabalha, faz versos e poesia e fez este miminho de presente para nós as duas, a propósito do teu primeiro aniversário...! Simpático, não achas?)

Não resisto...



No sábado recebi uma mensagem da tia Paulinha que ADOREI...


Até então, nunca tinha sabido que mensagem o teu paizola tinha enviado aos amigos por altura do teu nascimento mas a tia Paulinha reenviou-a, por brincadeira, e eu achei delicioso!
Aqui vão as palavras, para mais tarde recordar:
«Viva! Daqui é a Filipa. Pedi o telemóvel ao paizola para te dizer que nasci ás 9:18 e está tudo bem comigo e a mãe está só um bocadito cansada. Beijinhos da bébé mais fofa»!

Feliz Aniversário, Pipoca... Parabéns aos paizolas!


Digo muitas vezes que o tempo passou a correr. Mas não é verdade. Foi tudo vivido tão intensamente que, pura e simplesmente, o tempo destes 12 meses cristalizou. É como tudo o resto na nossa vida: os dias chatos e cinzentos de trabalho, por exemplo, parecem intermináveis; já os dias de sol, de férias, de diversão e alegria parecem escorregar por entre os dedos como areia da praia quando abrimos a mão... No sábado, já depois de dormires e de todo o mundo ter saído, senti um vazio estranho. Uma espécie de sensação de missão cumprida, como se tudo se tivesse resumido a este teu primeiro ano de vida e, agora, tivesse terminado. Disparate. 12 meses não são diferentes de 13 meses ou de 13 anos de vida. És cada vez menos um bébé, é certo, mais criança a cada dia que passa, mas mais A minha filha, O meu sonho, O meu projecto pessoal, A razão mais forte pela qual vivo e respiro.
Descobri algo empolgante. Descobri que, afinal, estar permanente e perdidamente apaixonada pela vida não é apenas um privilégio da adolescência. Na idade adulta, quando já nada parecia ser vivido assim, e as paixões e sonhos cegos e desmedidos foram substituidos pela maturidade e pelas certezas próprias de quem cresceu, descobri que ser mãe é viver para sempre apaixonada. E, por certo, quem é mãe ou pai concordará comigo. Sei que este sentimento não é um privilégio só meu. Sei que tu não és diferente dos outros meninos. Não és mais especial. E ainda bem. Porque todos os outros merecem ser amados como eu e o teu paizola te amamos. Incondicionalmente.
Os meus desejos para este teu primeiro aniversário? Saúde. Depois, saúde. A seguir saúde. E só por fim alegria, afecto e boa disposição.
Tudo o resto é certo e menos importante.
Feliz Aniversário, meu amor.
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O post que ficou por escrever... para não esquecer!


Hoje levantámos cedinho e fomos com a tia Guida ao hospital fazer a última eco! É... continuas pequenita por isso deve ser mesmo assim, não tinha a ver com a minha suposta falta de descanso, como vês! Mas não faz mal, até a médica disse que isso era bom para nós, há-de facilitar o parto, concerteza... Hoje não nos demorámos a ver-te, foi rápido. De qualquer das maneiras há-de estar para breve o dia em que te vou ter nos braços pela primeira vez, pressenti isso.

Depois da eco almoçámos em casa da avó Benilde. A seguir fomos ao cabeleireiro: cortar cabelo, alisá-lo e arranjar os pézitos (que mais parecem dois troncos, até impressiona!). No caminho de regresso passámos na farmácia e comprei a cinta para eu usar depois de nasceres e Gretalvit: são as coisas que ainda me faltam na mala da maternidade.

Estranho, andei o dia inteiro com uma moinha estranha na zona dos rins. De resto, um bocado cansada, fomos para nossa casa dormir uma grande sesta que só terminou quando o paizola chegou a casa!
Seguimos para casa da avó Celeste e do avô Narciso para o habitual jantar das quartas-feiras. A moinha nos rins não passa e dá-me a impressão que se intensifica por períodos e se acalma por outros, num ritmo com alguma cadência... a avó Celeste está entusiamada e diz que são contracções. Eu cá não quis entrar em falsas suposições mas concordei automaticamente. Sim, eu já sei que são contracções, embora surpreendida pelo facto de as sentir nos rins e não na zona uterina. Comecei agora a contar para mim o intervalo entre elas.
O paizola não se sente preparado. Acho que não quer acreditar. Afinal de conta hoje é dia 8 e só está previsto que nasças a dia 13!
Jantámos bem, embora eu não tivesse muita fome. Sentia-me já um bocado cansada, outra vez. Só me apetecia deitar-me para dormir!

Já passava da meia-noite quando regressámos os três a casa.Tomei banho e deitámos-nos para descansar... De mão dada com o paizola, não consigo adormecer... as contracções estão com intervalos cada vez menores e começo a pensar se não é melhor ir ao hospital....


(Isto foi assim há precisamente um ano, na véspera de nasceres!)


Pausa para... um café!



Bem, esta semana tenho tido muito trabalho... regressei de férias e tenho 1 mês inteiro de papelada para pôr em dia, o que não tem sido fácil. Depois, também ando com os preparativos da tua festinha de aniversário na cabeça e tenho tido pouca disponilidade para escrever neste nosso cantinho. Desculpa a ausência.
Desculpa, inclusivé, a ausência física: tenho-te sentido mais cabisbaixa esta semana... pressinto alguma tristeza por, de repente, teres deixado de estar tanto tempo comigo e com o paizola.
Na segunda-feira, ao que parece, estivéste rabugenta o dia inteiro. Como tinhas tanto sono, chegámos a casa e nem banho tomáste, foi só papinha e cama! Resultado: 10m depois de te deitar no berço acordáste a chorar; aliás gritavas. Tentei não te tirar da cama, depois acabei por tirar, tentei não sair do quarto contigo, acabámos no sofá da sala... e lá percebi claramente que querias brincar. Expliquei-te como se fosses crescida que não podia ser e porquê. E chorei na sala, sozinha, junto contigo (mas bem baixinho porque não quis ser espalha brasas como tu, eheheh!) porque percebi de imediato o nosso erro: que injusto ter estado longe de ti um dia inteiro ( depois de um fim-de-semana cheio da nossa atenção em exclusivo), chegar a casa e, sem brincadeira, nem grandes momentos divertidos de convívio, querer adormecer-te e colocar-te a dormir placidamente na cama, com beijinhos de boa noite e até amanhã! Não se faz, não há direito, não há respeito pelos sentimentos urgentes de um bébé que tem saudades... Amanhã? O que sabes tu disso? Amanhã, para ti, é um conceito que não existe, não conheces. Essa é toda a beleza de se ser bébé, de se ser criança. Nada na vossa vida se faz ou sente pensando no amanhã. O que te interessa, de facto o amanhã, se vives hoje? Chorei pensando que é muito injusto que um dia só tenha 24h e eu só possa ter 1h ou 2h contigo, todos os dias úteis da semana...
Já passou. Pronto. O que interessa é que tirei da tua monumental birra de segunda-feira uma boa e importante lição, das muitas que tenho aprendido aos poucos neste último ano, contigo.
Um ano. Ando nostálgica. Esta noite, inclusivé, sonhei que estava grávida de novo. Tu já existias, como na vida real. Lembro-me de estar a dar a notícia ao teu paizola e de estarmos contentes. No sonho, o paizola respondeu: Agora só temos de arranjar um cão! (deduzo que ele quisesse dizer que dessa forma teríamos a família completa... ehehehe! Divertido, não achas?)!!!
Penso muito em como nasceste tão bonita: tudo em ti parecia esculpido! Tudo muito pequenino; a beleza e a perfeição dos traços numa miniatura doce. Enrolavas-te toda e cabias inteira nos nossos antebraços. Nunca vou esquecer o que senti quando te olhei ao detalhe pela primeira vez, já na sala da enfermaria. Sempre disse que se nascesses feia, muito inchada e vermelha, com a cabeça toda amassada, pêlos e vernix por toda a parte, seria a primeira pessoa a admitir que eras feia. Nunca vou saber se seria capaz de o pensar ou dizer de facto. Achei-te linda, com uma pele perfeita, um narizinho delicioso, uma boca e uns lábios que pareciam desenhados, umas mãozinhas doces que apareciam quase sempre a emoldurar-te o rosto... meu deus que saudades, Pipoca! Não que hoje sejas feia, como é óbvio. Mas em nenhuma outra fase da vida, o ser humano pode juntar a beleza á serenidade e placidez distante do sono de um recem-nascido... quando olhamos para eles sabemos que não são (ainda) deste mundo!
Não esqueço o teu olhar minúsculo e curioso quando mamavas... Não quero esquecer o cheiro quente e doce que se soltava de ti (naquela altura, o perfume de qualquer simples pomada para o rabinho, parecia entranhar-se em ti e no calor do teu corpinho)... Não me quero esquecer de nada. Contudo... começo a esquecer-me de muito, dou-me conta. E ainda só passou um ano.
Bem, escrevi tudo isto na minha pausa para café. Tenho de retomar o trabalho.
Ansiosa por te ver, como é costume.



"Ana!!!"


Agora tenho a certeza, a tua primeira palavra intelegível e aplicada com significado foi... «ana!». Pois, mas a tia Ana que não julgue que és tu a chamar por ela, hihihi! Não, «ana!» quer dizer »Anda!»
Pois é! Agora, sempre que queres chegar a qualquer lado ou alcançar qualquer coisa apontas o dedo e dizes com um ar muito autoritário: «ana!!!» Olha, é só rir!
Hoje é sexta-feira e não imaginas como estou ansiosa por chegar a casa e poder estar contigo...
Ainda agora a minha mãe disse que hoje também já disséste «pão»... as novidades no teu desenvolvimento acontecem a uma velocidade incrível e ando deliciada contigo (pergunto-me se alguma vez não me deliciei contigo, é verdade, mas sim, agora as tuas pequenas grandes conquistas são mais evidentes e aliciantes do que alguma vez foram!).
ADOOORO-TE DE PAIXÃO!!!