Pausa para... um café!



Bem, esta semana tenho tido muito trabalho... regressei de férias e tenho 1 mês inteiro de papelada para pôr em dia, o que não tem sido fácil. Depois, também ando com os preparativos da tua festinha de aniversário na cabeça e tenho tido pouca disponilidade para escrever neste nosso cantinho. Desculpa a ausência.
Desculpa, inclusivé, a ausência física: tenho-te sentido mais cabisbaixa esta semana... pressinto alguma tristeza por, de repente, teres deixado de estar tanto tempo comigo e com o paizola.
Na segunda-feira, ao que parece, estivéste rabugenta o dia inteiro. Como tinhas tanto sono, chegámos a casa e nem banho tomáste, foi só papinha e cama! Resultado: 10m depois de te deitar no berço acordáste a chorar; aliás gritavas. Tentei não te tirar da cama, depois acabei por tirar, tentei não sair do quarto contigo, acabámos no sofá da sala... e lá percebi claramente que querias brincar. Expliquei-te como se fosses crescida que não podia ser e porquê. E chorei na sala, sozinha, junto contigo (mas bem baixinho porque não quis ser espalha brasas como tu, eheheh!) porque percebi de imediato o nosso erro: que injusto ter estado longe de ti um dia inteiro ( depois de um fim-de-semana cheio da nossa atenção em exclusivo), chegar a casa e, sem brincadeira, nem grandes momentos divertidos de convívio, querer adormecer-te e colocar-te a dormir placidamente na cama, com beijinhos de boa noite e até amanhã! Não se faz, não há direito, não há respeito pelos sentimentos urgentes de um bébé que tem saudades... Amanhã? O que sabes tu disso? Amanhã, para ti, é um conceito que não existe, não conheces. Essa é toda a beleza de se ser bébé, de se ser criança. Nada na vossa vida se faz ou sente pensando no amanhã. O que te interessa, de facto o amanhã, se vives hoje? Chorei pensando que é muito injusto que um dia só tenha 24h e eu só possa ter 1h ou 2h contigo, todos os dias úteis da semana...
Já passou. Pronto. O que interessa é que tirei da tua monumental birra de segunda-feira uma boa e importante lição, das muitas que tenho aprendido aos poucos neste último ano, contigo.
Um ano. Ando nostálgica. Esta noite, inclusivé, sonhei que estava grávida de novo. Tu já existias, como na vida real. Lembro-me de estar a dar a notícia ao teu paizola e de estarmos contentes. No sonho, o paizola respondeu: Agora só temos de arranjar um cão! (deduzo que ele quisesse dizer que dessa forma teríamos a família completa... ehehehe! Divertido, não achas?)!!!
Penso muito em como nasceste tão bonita: tudo em ti parecia esculpido! Tudo muito pequenino; a beleza e a perfeição dos traços numa miniatura doce. Enrolavas-te toda e cabias inteira nos nossos antebraços. Nunca vou esquecer o que senti quando te olhei ao detalhe pela primeira vez, já na sala da enfermaria. Sempre disse que se nascesses feia, muito inchada e vermelha, com a cabeça toda amassada, pêlos e vernix por toda a parte, seria a primeira pessoa a admitir que eras feia. Nunca vou saber se seria capaz de o pensar ou dizer de facto. Achei-te linda, com uma pele perfeita, um narizinho delicioso, uma boca e uns lábios que pareciam desenhados, umas mãozinhas doces que apareciam quase sempre a emoldurar-te o rosto... meu deus que saudades, Pipoca! Não que hoje sejas feia, como é óbvio. Mas em nenhuma outra fase da vida, o ser humano pode juntar a beleza á serenidade e placidez distante do sono de um recem-nascido... quando olhamos para eles sabemos que não são (ainda) deste mundo!
Não esqueço o teu olhar minúsculo e curioso quando mamavas... Não quero esquecer o cheiro quente e doce que se soltava de ti (naquela altura, o perfume de qualquer simples pomada para o rabinho, parecia entranhar-se em ti e no calor do teu corpinho)... Não me quero esquecer de nada. Contudo... começo a esquecer-me de muito, dou-me conta. E ainda só passou um ano.
Bem, escrevi tudo isto na minha pausa para café. Tenho de retomar o trabalho.
Ansiosa por te ver, como é costume.



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