Quem canta...


Já nem vale a pena referir o tanto que falas, falas, falas, o dia inteiro. Tenho a impressão que só estás calada se estiveres a dormir!
Gosto particularmente quando dizes:
Xeu tonto! (para o pai!)
És tão chatinha! (para a mãe!)
Ai meu deus do xéu m'acuda!
Eu nhão xou uma caamela (caramela), xou uma Xiipa!
Maiii, qué pô quemi! Porquê? Tenho o gabo axado! ( rabo assado! hihihi!)
Tou a fajer uma coija muito espexial, muito dibetida e muito impotante... (o que será?)
Agoia, num posso... 'tou muito ocupada!
Ontem a ver um programa de televisão, achei por bem escrever, para que conste, com que idade começáste a cantar. É que cantas, muito e bem, sabes (parte de) letras de uma boa dezena de canções e já tentas dar a entoação certa á melodia... o que eu me delicio.
A mim dá-me muito jeito: sempre que quero espantar a D. Birra (que não deve gostar de sopa nem de música) ponho-me a cantar e logo tu, atrás de mim, segues a acompanhar! E eu que gosto tanto de cantoria... fazemos um belo par, digo-te já... coitado do teu paizola! Hihihi!
e foste tu (porque provavelmente a Avó Nide te canta) que me recordáste uma canção há muito esquecida:
Era uma casa muito engraçada,
Não tinha tecto, não tinha nada
Ninguém podia fazer chichi
Porque o potinho não estava ali
e ouvir-te trauteá-la no banho, entre tentativas de afogar a tataluga e chuveiradas com o gegador (regador) é uma delícia!

Parabéns Avô Zé!


O avô tem graça quando te diz:«oh, minina!!!»
ou franze o sobrolho sorrindo, embora não tenha percebido uma unica palavra do teu, muitas vezes ainda desconcertante, Filipês...
Tem graça quando parece não saber para que neto se virar, no meio da confusão de narizes que tu e o primo geram tantas vezes á volta dele,
e tem ainda mais graça quando faz de conta que está zangado...
E quando diz:«pois claro!», depois de um tombo vosso, em jeitos de eu bem te avisei ?
Tem quase tanta graça como quando deixa de almoçar em paz e sossego para andar atrás de vocês e finge que até se esqueceu de comer ... (ou será que esqueceu mesmo?)hihihi!
Parabéns, avô Zé!

Quero uma máquina fotográfica nova, ouviste?


SOCORRO!!! As fotos pelas quais aguardava foram tiradas pelo avô Fernando no dia de Natal... estão todas tãaao escuras...

Oh minha grande caramela, porque me havias de ter partido a minha preciosa maquina fotográfica??? Snif...

Fica esta, tirada na cozinha na noite da consoada, na companhia do teu amiguinho favorito: O Ursinho da Popota.

A noite foi passada conosco e com os avós Celeste e Zé, Nide e Fernando e com a tia Guida e as protagonistas, para além das prendas, foram as azevias cheinhas de açucar!





JÁ CHEGOU O PAI NATAL?

que deixou prendas á porta e estava muito ocupado para entrar... toda a maneira também não o quiseste espreitar nas escadas... ele que deixe as prendas e que volte á sua vidinha, que eu não gosto muito de confianças com o velhinho de barbas...

E o que achas tu?



Eu acho que eu nhão acho...

...que este mês pareça ter fim! O janeiro vem á socapa atrás da euforia das Festas para nos desiludir com o frio, a chuva, os dias pequenos e cinzentos e a ausência de feriados, e nos abalar a fé nas resoluções de fim-de-ano.
Gosto da tua linha de pensamento: mesmo quando achamos que não, não temos a certeza. Achamos que achamos que não! Confuso? Eheheh! Acho que acho que não!
Ainda não consegui as fotos do Natal para colocar aqui, mas não estão esquecidas.
Entretanto, vamos-nos deliciando com as tuas pérolas? Ultimamente o protagonista é sempre o mesmo... adivinha quem é!
«As muletas do pai tão tagadas? (estragadas)»
O pai foi á ginástica (fisioterapia)... «Com os nossos amiguinhos?» (os meninos do PandaGym, um programa do Canal Panda onde as crianças fazem exercícios)
«Xocorro tou apaixonada... » Quem é o teu apaixonado? «O Pai...!»
E sobre o Natal não resisto a contar...
no sabado passado disse-te logo de manhã: a mãe vai desmontar a árvore de natal. Prontamente de pé, com os olhinhos a brilhar perguntáste: posso ajudá-te, posso? . Hesitante respondi que sim... mal me aproximei da arvore e poisei as caixas para arrumar os enfeites oiço-te: posso tiá a bola, posso? De costas para ti e para a arvore respondo com ironia: sim, já imagino quais são as bolas que queres tirar primeiro (qualquer coisinha de chocolate?)... e oiço quase imediatamente: Eta!!!. Quando me volto estás tu de dedo em riste a apontar o pai natal de chocolate que ainda resistia na árvore!!! Escusado será dizer que comeste o pai natal e viráste costas ao trabalho... só regressáste para colar a fita-cola que selou as caixas e fechou o encanto do Natal até ao proximo ano!

2010, como é? Vens por bem ou tenho de me pôr á tabela?


Estou em falta, Pipoca. Bem sei.
Não há post sobre o Natal. Não há post sobre o Novo Ano. Não há fotos.
Mas vai haver.
O final de 2009, e de certa forma o princípio deste 2010, trouxeram alguma agitação inesperada á minha (nossa) vida. O paizola foi operado ao joelhito. Eu tenho sobrado em casa para fazer tudo. As mãos não parecem suficientes e a cabeça então parece que, de vez em quando, vai dar ares de sua graça noutro corpinho (por certo mais novo e jeitoso que o meu!), tal a sensação de abandono com que fico. Na terça-feira, como se não bastasse, lá tive direito a nova visitinha ao hospital...
Espero que pela altura em que saibas ler estas palavras eu já possa ter descoberto o que me acontece, de tempos a tempos, que me faz agoniar de dores abdominais intensas (quase insuportáveis, diria) durante horas. Preciso de saber porque é que desde os meus 16 anos, volta e meia (com intervalos de anos!), acordo para experimentar estas dores inexplicáveis, que aparecem tão sem aviso e desaparecem sem deixar rasto, muitas dezenas de intermináveis minutos depois... sem que nenhum médico fique a saber mais do que: parametros de inflamação (leucocitose) no sangue, presença de líquido na zona abdominal (?) e uma palidez que, subitamente, parece transformar-me numa figura surreal do Madame Tussouds!!! Se não fosse que me contorço e gemo e choro e caminho frenéticamente pelos corredores em busca de alívio, julgo que haveriam de me imaginar mortinha da silva, a ocupar indevidamente um lugar nas Urgências!!!
...e a panóplia habitual de análises ao sangue, ao xixi, raio-x, ecos e.... NADA.
Desta vez, e porque a tia Guida mobilizou Deus ao serviço do hospital e provou mais uma vez como infelizmente se consegue alguma coisa da Saúde Pública em Portugal (que já aqui mereceu, querida filha, muitos comentários desagradáveis da minha parte!) vou continuar a ser seguida por algumas especialidades, a ver se alguma alminha caridosa, algum Dr. House á boa moda portuguesa, algum meio auxiliar de diagnóstico xpto descobre a razão de, sem mais quê nem porquê, de tempos a tempos, aqui a mãezola ser arrancada de forma violenta à sua vidinha de todos os dias e atirada para os corredores frios de um hospital.
... a última crise tinha acontecido umas semaninhas antes de ficar grávida de ti. Meses antes disso, uma outra crise, obrigou-me a ficar uma semana de molho no hospital. Contudo, não havia preocupação nenhuma a somar ao natural receio da doença e á dor extenuante, que teimosamente desaparece por si sem que analgésico algum lhe consiga dar a volta.
Terça-feira tinha mais um receptor de dor (ai gosto tanto de usar terminologia médica...): o coração. Pequenino, apertadinho, ansioso por temer ficar longe de ti por apenas mais do que umas horas... Felizmente, quase nem deste por conta de nada. Espero que nunca dês.

Hoje faz anos uma star! Uma star na nossa vida... e o aniversário dela tem me feito pensar...
Sei que ainda não entendes bem isto dos parentescos. Compreende-se: é de facto algo confuso para alguém tão pequenino. A tia Guida é minha irmã... e como nem sequer tens irmãos, mais difícil será para ti perceber o que isso seja, né?
Pois é mesmo aí que quero chegar...
gostava que pudesses ter o privilégio de ter um irmão. Ter um irmão é ter um companheiro para a vida; é ter uma alma gémea algures; é ter um ombro amigo; é ter um amor desmedido por alguém com quem já nos demos tão mal em alguma altura da nossa vida; é ter alguém com quem se jogue monopoly e faça construções de lego até nos zangarmos; é ter alguém a quem pedir emprestada qualquer coisa que vamos devolver em mau estado sem que a amizade termine para sempre; é ter alguém a quem podemos surripiar dinheiro do mealheiro (hihihi, e se a tia sempre foi poupadinha!!!) e enganar com a maior das facilidades sem ganhar um inimigo; é ter alguém que nos dá sempre o melhor conselho; é ter um anjo ao virar da esquina, do telefone, da internet, da porta de casa; é ter um mundo de private jokes e memórias do passado, é ter uma companhia para adormecer e partilhar histórias terríveis; é ter...
....tanta coisa. Nem imaginas.
FELIZ ANIVERSÁRIO!!!