Andáste aos gatos Pipoca???


MAMÃ!!!
NÃO QUERO DORMIR!
Depois de deitadinha, tóia contada, aguinha bebida e lençóis aconchegados...
eis que oiço pelo intercomunicador:
mãiii!!!
já domi ontem!!! (pausa)
mãiiii!!!
qué pãozinho!!! (pausa)
mãiiii!!!
qué pãozinho com xiame!!! (pausa)
mãiii!!!
já acodei! Bom dia! (pausa)
mãiiii!!!
qué chão, xó um bocadinho... (pausa)
mãiiiii!
tenho cócó! (pausa)
paiiiii...!!!
e pronto, lá vou eu para me zangar um bocadinho (ou fazer de conta) e deixar-te a chorar por 2 minutos, até o sono tomar o seu devido lugar... Porque, senão, de manhã há:
Nhão, nhão queioooo! (levantar da cama)
e um aspecto de miúda moribunda de sono que andou a noite inteira... aos gatos!

C'est La Vie... au contraire?


Hoje, este post é pessoal. É um desabafo.
Sabes o que tem de errada a lógica da vida? Na altura em que as melhores ideias e em que a probabilidade de as concretizarmos é maior, somos demasiado jovens e as circunstâncias jogam contra nós... depois envelhecemos e novas circuntâncias nos mostram que é demasiado tarde para desafiar a vida: irónico, não?
Como certamente o teu paizola e a tia Carla e a tia Mó se hão de lembrar, há alguns (cinco?) anos atrás, andei a martelar a ideia de abrir uma empresa de Certificação da Qualidade no Ensino pela Norma ISO9001. Não interessa aqui aprofundar o que isso é ao certo. Nunca passou da minha cabeça, tão pouco sequer para uma simples folhinha de papel. Achei que em teoria poderia resultar e ter pernas para andar e contribuir para a melhoria na qualidade do ensino no nosso país e ser rentável como negócio para mim, mas que na pratica eu era demasiado jovem, inexperiente, pouco conhecedora da matéria, cheia de teorias mirambolantes que, provavelmente, em nada se adequavam á realidade.
Hoje, aqui no trabalho, ao passar revista aos mails recebidos, eis que há uma empresa que se propõe fazê-lo aqui no Colégio... A minha ideia afinal não era descabida, tinha até rodas para andar... Alguém já tem um 2 cavalos na estrada (2 colégios já aderiram e talvez até mais empresas já estejam a trabalhar nisto e eu desconheço) e quem sabe não mesmo um comboio, com aspirações a avião...
E o meu chão, hoje, estremeceu um bocadinho... que outras ideias terei desperdiçado?
À laia de conclusão, espero que leias, um dia mais tarde, estas minhas palavras a tempo de empreender um sonho, seja ele qual for... ser demasiado jovem é, talvez, uma ilusão. Espero sempre ser capaz de acreditar em ti, como sinto que não o fiz comigo propria, neste como em muitos outros assuntos, e incentivar-te. Não te esqueças.
Hoje sou o cientista que se esqueceu de patentear a sua invenção. É pacífico que sou feliz como sou. Que não há um pingo de frustração... talvez só mesmo alguma desilusão. Que se perderá também ela, por certo, na vertigem dos dias...
E esta foto, também ela hoje, está carregadinha de simbologia... hihihi!

A Enfermeira Pipoca (uma "petite" versão da Tia Guida...)


É curioso como há instintos que parece que viajam conosco por séculos (milénios?) de vidas, através da matéria genética que nos constitui. O instinto cuidador feminino é um deles...
Bem...não deixa de ser verdade que há muitos homens que o têm também. E até imensas mulheres que, provavelmente, não. A genética explica metade da história, o resto explica a nossa socialização. Óbvio.
Lá em casa sou a mulher dos cremes para as assaduras, a mulher dos termómetros, a mulher dos cuidados médicos e/ou outros... tu vês e reproduzes. Óbvio.
Agora... e o que explica que um menino da tua idade, na maioria das vezes, queira carros e bolas e correr de um lado para o outro. Porque é que os meninos não imitam as mães? E porque é que mesmo muitas vezes, não gostando os pais particularmente de futebol, acabem por preferir dar uns toques numa bola a reproduzir comportamentos típicamente femininos? E tu, sem que ninguém to peça ou incentive, queiras brincar com os cremes, os termómetros, o aspirador nasal...?
A mãe 'ta toda doente... (dizes com o ar mais sério do mundo)
«Ai sim?»
Xim... bou pô quemi (creme) na mãi... e agarras o termometro e pões no meu ouvido e dizes com um ar intrigado, de sobrolho franzido, olhando para ele, depois de apitar:
Xinco? (cinco... estou sempre hipotermica de cada vez que me medes a temperatura, vai-se lá saber porquê!)
E ontem, depois da banhoca, foi divertidíssimo:
Maiii, que pô quemi no meu dó-dó!!! (uma mordida de sapato, ou melhor, uma coisinha minuscula no pé,... que obedientemente deixei que tu, muito concentrada na tarefa, besuntasses de Halibut... Pausa para colocar a fralda, para que me besuntasses a mim e ao paizola do dito, para que me medisses novamente a temperatura porque estou toda doente e para que eu te vestisse o babygrow... ás tantas, entretida que estavas com os procedimentos de enfermagem, não te deste conta que o doi-doi estava bem protegidinho pela roupa e olhas na direcção dele, exclamando aflita:
OH!!! PEDI O DÓ-DÓ!!! ON'TÁ? (perdi o doi-doi, onde está?)
«Ai perdeste??? Tonta... está debaixo da roupa...»
Essa foi muito boa... perder o doi-doi... quem nos dera pudessemos perder assim os doi-doi's! O pai que o diga, 'tadinho, aflito que anda com um entorse no joelho há uns dias... Tens de lhe dizer para ele se fazer de esquecido e deixar o doi-doi dele em qualquer lado... Podia ser que alguém o encontrasse e pusesse no lixo. Assim como assim, não faz falta a ninguém um problema de saúde, verdade?

Palavras... insólitas!


Ao jantar...
O Datacão.... (silêncio, sorriso envergonhado e sobrolho franzido...)
Esqueci-me! (novo silêncio, olhos revirados)
aaaaaaaa (sorriso, dedo indicador encostado á boca)
Ah! Já pecebi! (como quem diz... já me lembrei!)
Come a xopinha toda!
Quem dá é o tahajadelho (estalajadeiro)!
Bem, o percebi no lugar do lembrei até entendo mas... e porquê
Xiame (para dizer fiambre)?
ou
Papelo (para dizer guardanapo)?
Tenho cá para mim que é uma forma de fugir com a fraldinha á seringa... é que fiambre e guardanapo talvez não sejam palavras muito fáceis de dizer... hihihi!
E por falar em fraldinha... oh, magana, que não gostas de mudar a fralda mas também não há meio de pedires o bacio! Para quando mais esse progresso?

Um por todos e... todos pela Pipoca!


E hoje seria um belíssimo dia para passar em casa, na tua companhia, quem sabe a ver o Dartacão... Chove a potes e só apetecia bolinho, leitinho quente e sofá!
Quem é que deu banho ao Dartacão?
«foi o bigode pêto...»
Ai sim? O Cavaleiro do Bigode Preto, deu banho ao Dartacão?
«xim... e o tahajadêlho»
E o estalajadeiro?
«Poque ele tava canxado e depoi foi comê uma xopinha...»
Aaaaahhh, 'tá bem, já percebi!
Que amizade esta pelo pequeno Dartacão. Curioso eu e o teu paizola podermos partilhar contigo os mesmos desenhos animados da nossa infância, não achas?
Confesso que, muitas vezes me ponho a pensar que talvez não os devesses ver ainda... é tareia e espadachins zangados a torto e a direito. E se a mensagem que passa nas aventuras e desventuras deste amigo é das melhores: a amizade é mais importante e os mal intencionados não levam a melhor a este espírito de equipa... aquilo que TU retens do que vês duvido que esteja sequer perto deste raciocínio elaborado.
Enquanto vês o Dartacão, muitas vezes comentas:
«tem begonha, o Datacão...» (quando cora nos seus encontros com a bela Julieta) ou «xão os maus!» (dito com alguma excitação de coisa importante).
Não sei o que te cativa, o que desperta curiosidade, não sei se percebes sequer metade dos diálogos tão complexos que se perdem em detalhes da História da França...imagino que não. Imagino que seja apenas gostar desta figura minúscula, que tem uma namorada demasiado alta e um nadinha atrevida e anda rodeado de cavaleiros que são todos tão parecidos (cães com bigodes e chapéus) que não dá para os disntinguir:
«quem é ête?»
É o Vidimer.
«e ête?»
É o Arãomis.
«e ête?
É o Dogus (acho que é assim o nome dele, ás tantas já nem eu sei!)
«e ête?»
Oh... então, já te tinha dito, é o Vidimer! E é mau...
«Vidimè...»
Pois... o que é certo é que gostas tanto dele que cada vez que o paizola traz nova entrega...
«Tia, tenho um DBD nhobo do Datacão! O pai troxe!!!»
«Maiii, nhão qué xopinha... já comi onte...»
Ai não??? Também já viste ontem o Dartacão, o melhor é não veres hoje outra vez!!!
«Nhão, nhão...»

Xacupa ou o Sentido das Palavras!


Acho um piadão a isto das tuas cada vez mais novas, improvisadas e exploratórias competências linguísticas... As associações mentais são um aspecto fundamental na aquisição deste domínio e são tão simplistas nesta fase que nos fazem sorrir...
Ontem dei-me conta que, de cada vez que batias com qualquer parte do corpo em qualquer lado, te desiquilibravas, se a agua do banho entrava para a boca ou olhos, tu dizias...
Xacupa! (desculpa!)
Ora bem, se eu te magoo sem querer peço-te desculpa, certo? Pois tu agora associas qualquer coisa que implique magoar á palavra Desculpa!!! Só rir!!!
E ariops... Já sabes como gosto de Legos e... agora que a mãezola descobriu... LEGOS DA KITTY????
Sou mesmo impossível, não sou??? Ehehehe!!!

Música no meu Coração!


Ontem á noite dei-me conta, ao escutar-te pela casa a tagarelar, que a nossa casa foi invadida por notas musicais. Nunca há silêncio. Já não é possível não ceder aos teus pedidos, fazendo de conta que não percebemos o que queres de nós... pedes, exiges, explicas, relatas, descreves... o nosso ouvido está sempre alerta, sempre curioso, sempre á espreita de novas palavras e frases e gracinhas. Não raro terminamos a rir.
«Bou fajer um dejanho p'ó Obama!»(vou fazer um desenho para o Obama!)
Ai vais? Ehehehehe!

Os últimos episódios da Temporada de Verão...e a reentré no Outono!


O Outono esperou, pacientemente, por este fim-de-semana para chegar. Agracedemos-lhe profundamente. Estivemos nas Sesmarias com os avós Celeste e Zé e ainda fizémos praia, comemos gelados e sardinhas assadas e brincámos muito no jardim!
Agora sim... é tempo de deixar vir a chuva nas vidraças (que não se fez rogada) e o frio, as camisolas e os casacos, o vento e as folhas douradas no chão. É tempo de deixar vir os cobertores e as lareiras e os chocolates quentinhos. É tempo de começar a sonhar com o Natal, apenas para compensar a tristeza dos dias pequenos e sem luz.
O Outono tem o encanto das primeiras chuvas e do cheiro da terra molhada. Do prazer de, simplesmente, ficar em casa a dormitar. Não tem a beleza radiante do Verão ou a frescura da Primavera mas... tem o seu encanto, é certo.