Nunca dizes... adeus...



De entre tanta coisa que poderias fazer para me mostrares que ficas triste por me ir embora todas as manhãs para o trabalho, sempre optáste por coisas que... não fazes.
Até aprenderes a acenar, não olhavas para mim. Ficávas no colo da avó Benilde a fingir-te interessada noutras coisas. Paredes, por exemplo. Muitas vezes, no regresso, a recepção era idêntica: não querias contacto visual.
Depois aprendeste a dizer adeus e... eu nunca tive direito a um! Todas as manhãs é igual: o sorriso para a avó e, do alto do colo dela, á porta, ficas a olhar para nós, muito séria, com a chucha a esconder a expressão apreensiva que adivinho debaixo dela. «Diz adeus, bébé!, Adeus, até logo!» digo sempre na voz mais tranquila que consigo, e com um nó no estômago e um aperto no peito. Que dura pouco, é certo, mas é das emoções mais intensas que experimento diariamente, acredita. Diariamente. Desde que te deixei pela primeira vez com a avó Benilde para estar fora um dia inteiro.
Ultimamente tenho experimentado diariamente também uma outra emoção que compensa grande parte de tudo o resto: a tristeza por te deixar, os problemas do trabalho, o stress e o desconforto dos transportes públicos. Desde que começáste a andar que o meu regresso ao fim do dia é sempre festejado com uma correria desenfreada na minha direcção e umas gargalhadas malandras! O mesmo tratamento merece o paizola, um bocado mais tarde, ás vezes já em nossa casa!
E o que cresceste, meu amor...
Sabes o que acho? Acho que as mães (ou os pais, porque não?) deveriam ter direito a:
  • ficar em casa com os seus bébés até aos 6 meses com 100% de retribução;
  • retomar o trabalho, depois disso, mas apenas em período parcial (manhã ou tarde), sendo que as entidades empregadoras pagariam 50% e a segurança social outros 50%, até a criança completar 3 anos.

Não te parece bem?

Este post é dedicado à tia Ana e ao primo Gabriel. Ele faz hoje seis meses... amanhã a tia vai voltar a trabalhar. Custa. Muito. Mas tudo acaba por correr bem.

3 comentários:

*CC* # *Ruca* disse...

Olá,

Nem imaginas como me revejo a mim e ao Ruca nos teus comentários, mas com uma diferença, é que todos os dias o Ruca vem dizer adeus e mandar bjs á janela, mas qdo o deixo é igualzinho, n me liga pevas...


Agora qdo chego corre logo para mim, é tão bom ser mãe...

beijocas grandes
CC & Ruca

Eli Gee disse...

De facto esta tua ultima frase é a que faltava para completar este meu post! Tens toda a razão, é mesmo muuuito bom e compensador ser mãe!

Deixei comentário no teu blog e ainda bem que não desististe dele!

Beijocas enoormes!

Anónimo disse...

Obrigada pelo post que nos dedicaste... eu que pensava que já tinha conseguido parar de chorar ... pronto!!!! Vens tu e estragas tudo!!!! Não é fácil não... e por aqui me fico para continuar a conter-me! Muitas saudades de ti meu anjinho!!!!! Beijos para a minha pipoca.