As Lagrimas da Mãe que chora a Lagrima que não tem...


Hoje sinto uma tristeza profunda... Sempre achei que regressar definitivamente ao trabalho não seria nenhum bicho de sete cabeças. Afinal enganei-me... é um bicho terrível com umas dez ou onze cabeças, sem olhos e com os dentes todos podres e linguas azuis e com tenazes no lugar dos braços e... ok, já chega. Já percebeste a ideia, não é?
É muito injusto. O lugar dos teus sorrisos, resmunguices, gracinhas e risos, das tuas tagarelices, das tuas habilidades novas é ao pé de mim. Sim, eu sei que estás com a avó Benilde e que ela também dá valor (graças a deus que não tive de entregar todas estas coisas tão preciosas a umas estranhas quaisquer, numa qualquer creche!!!). Mas, mesmo assim... é como deixar todos os dias o meu nome e a minha voz e a minha cara em casa e vir trabalhar. Metáfora estranha...
Bem, meu anjo doce, devo confessar-te (e não fiques com ciúmes faz favor) que até podia custar mais ainda, não fosse pelos abraços e beijos das minhas queridas pestinhas aqui do colégio. Invadiram a secretaria e tudo queria ver as tuas fotos e perguntar por ti e ouvia-se no corredor «A Eliana já voltou!». Sabe bem, admito. Mas hoje, pelo menos, por pouco tempo.
Logo a tristeza e a lágrima, engolida e espremida, para ninguém perceber o óbvio: hoje estou triste porque não estou contigo. Guardáste bem o meu beijo na tua mãozita marota? Já sabes que mais logo quero-o de volta...

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