O post que faltava... até um dia destes!


Os dias de sol parecem ter vindo para ficar! Precisava deles para pôr as ideias em ordem... Não sei se o facto de teres estado doentinha também não terão influenciado a minha clareza de espírito nesta história interminável do glúten... mas, é como te digo, só quem estiver no meu lugar entende completamente. O que a alguns olhares pode parecer insistência minha, ao meu é pura preocupação fundamentada.
E como tal, e porque sei que este blog pode ser econtrado em pesquisas por quem procurar informação sobre intolerância ao gluten/doença celíaca, acho que está na altura de deixar aqui aquilo que sei, já, ao certo, sobre este assunto:
  • A intolerância ao glúten, ou doença celíaca (a literatura tende a distinguir a doença celíaca por considerar que esta costuma apresentar um quadro mais óbvio de sintomas) é uma doença auto-imune. Neste sentido, a presença de alguma das proteínas que compõem o glúten desencadeia um processo de criação de anticorpos contra as mesmas, sendo que a presença destes no sistema imunitário acaba por destruir as vilosidades dos intestinos, responsáveis pela absorção dos nutrientes e açucares;
  • O quadro sintomático mais frequentemente descrito inclui diarreias, vómitos, cansaço (resultante da anemia provocada pela incapacidade com que o intestino fica de absorver o ferro), alopécia (queda de cabelo), barriga distendida, gases, perca de peso (ou no caso de crianças não progressão do mesmo e atrasos de crescimento (estatura/peso);
  • Muitos estudos recentes indicam que este quadro não se verifica na totalidade dos casos, sendo frequentes descrições de obstipação, por exemplo. A capacidade que cada organismo tem de combater o agente "agressor" é determinante na verificação de sintomas mais ou menos severos. Muitas pessoas vivem muitos anos sem ter mais do que um cansaço inexplicável, queda de cabelo (cabelo muito frágil) , palidez, dificuldades digestivas;
  • A esta doença surgem, frequentemente, associadas outras doenças (porque é no intestino que reside parte do nosso sistema imunitário e a sua debilitação deixa o doente celíaco vulnerável a outras doenças), nomeadamente: problemas renais, hiper/hipotiroidismo, diabetes, asma e outras do foro respiratório, intolerâncias alimentares diversas, problemas hepáticos, sendo mais vulgar em adultos não diagnosticados e tratados apenas dessas doenças por se desconhecer o que as origina;
  • Estudos e muitos testemunhos comprovam que a introdução de uma dieta isenta de glúten melhora em 100% o estado geral de saúde dos doentes celíacos: todos os sintomas melhoram e/ou desaparecem e há alguma unanimidade em considerar que só ao fim de 1 ano de dieta se verifica completa aquela que é a "prova de ouro" no diagnóstico da doença celíaca - só ela a confirma sem margem para dúvidas!
  • O diagnóstico não é fácil, sobretudo, em idades muito precoces, em que o tempo de exposição á doença é, muitas vezes, insuficiente para provocar o quadro completo de sintomas e em que a alimentação ainda se processa muito á base de alimentos lácteos, frutas, verduras e vegetais;
  • Esse diagnóstico deve começar por análises ao sangue para encontrar anticorpos anti-transglutaminase anti-gliadina e anti-endomísio (as proteínas que compõem o gluten) e logo seguida de endoscopia alta (do duodeno) com recurso a biopsia do tecido intestinal que confirmará a lesão da mucosa;
  • Nem sempre existe presença de anticorpos nas análises sanguíneas e muitas biópsias revelam-se inconclusivas; o diagnóstico deve ser feito com recurso ás duas formas de rastreio, sendo que se devem avaliar como complementares: apenas se ambas resultarem negativas se pode excluir doença celíaca;
  • Não se deve iniciar a dieta sem confirmação da doença, sob pena de enviesar um possível diagnóstico; para que este possa ser fidedigno é preciso que a doença esteja activa, que haja lesão confirmada da mucosa e a reeintrodução do glúten, depois de uma dieta isenta pode: agravar a natureza e a gravidade dos sintomas, pode tornar impossível prever quando regressam os mesmos, obrigando a sucessivas biópsias e analises ao sangue até que reapareçam dados conclusivos;
  • O doente celíaco não é, de facto, uma pessoa doente se tiver o cuidado de excluir da sua alimentação tudo o que contenha gluten; faz uma vida absolutamente normal, não tem nenhum tipo de handycap, é saudável em todos os aspectos da sua vida!

Agora sei perfeitamente o que fazer: o paizola sugeriu que não nos precipitassemos a retirar o gluten sem falar com o Dr. Velho. Já estão pedidas as credenciais para fazer as análises que gostavamos de já levar para a consulta com ele. Depois, vou munida de tudo o que sei sobre isto e vou discutir o assunto com ele, afinal de contas foi ele que mandou iniciar a dieta!

Estás melhor da amigdalite e da otite e hoje já dormiste na tua cama... tudo caminha para a normalidade, novamente.

One Step at a Time!

1 comentário:

Anónimo disse...

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