Nana Nênê!... dormindo com os pais ou chorando na cama! Pais da modernidade?




Desde que fiquei grávida que descobri um mundo de mães e futuras mamãs na internet... blogs, sites, foruns e grupos de discussão... um mundo.


Já depois de nasceres, caí na tentação de participar num desses grupos de discussão a propósito de uma mãe que abriu um tópico porque estava muito aflita por ter dado a primeira palmada no filho de 12 meses e não resisti em traquilizá-la... defendi que o recurso á palmada faz parte do processo e que, muito embora admita que não é o melhor deles, ainda assim é um recurso, e não acredito que usado com muita moderação traga assim tantas consequencias negativas para uma criança. Ohhh! Gerou-se logo ali uma grande polémica que dividiu opiniões e, inclusive, evoluiu para ofensas e impropérios trocados entre as jovens mães.


Descobri que ser mãe ou pai, hoje em dia, é uma tarefa muito mais complexa do que há uns anos atrás... Sabemos mais, trocamos opiniões, não dependemos só dos médicos e profissionais de saúde para fazer as nossas escolhas, temos acesso a muita informação e formulamos juízos e opiniões acerca de assuntos e experiências pelas quais, inclusivé, ainda não passámos. A grande maioria das frequentadoras destes foruns são mães pela primeira vez e nos primeiros meses de vida dos filhos e falam já, com uma grande convicção, de comportamentos, escolhas e atitudes que pretendem ver projectadas no futuro, na educação dos pimpolhos. Nestes grupos virtuais há exibicionismo, há sentimentos de identificação umas com as outras e companheirismo, o que é no minimo intrigante e curioso, porque as pessoas não se conhecem de facto. Não esqueço a minha formação académica (ainda que incompleta) e não posso deixar de achar graça a tudo isto. A net é fascinante de facto...


Bem, mas tudo isto para te dizer que me faz muita confusão algumas coisas... Vamos por partes. No grupo de discussão que frequento (não deixei de o fazer desde aquela primeira intervenção) andam a surgir muitos tópicos sobre a famosa duvida dos pais acerca do sono dos bébés e de como fazê-los dormir tranquilos. Pois, descobri coisas chocantes. Muitas das mães que me cairam em cima por ter defendido umas palmadas (na famosa altura certa...!) na educação dos filhos, hoje, meses mais tarde, defendem métodos absolutamente selvagens para habituar os filhos a adormecer sozinhos. Como o conhecido método do Dr. Estivill, pediatra espanhol que ganha a vida vendendo promessas de criancinhas e bébés comendo e dormindo como nem os adultos o fazem!


Estes métodos, por estranho que pareça, só encontram resistência nos pais e mães que, por exemplo, defendem o co-sleepping (pais e filhos que dormem juntos na cama dos pais!). E todos os outros pais (que não defendem nenhuma destas teorias) ficam a parecer uns tolos que não têm controlo sobre o sono dos filhos, por exemplo, e vivem experimentando pequenas coisas todos os dias para levar o barco a bom porto). Sim, os pais que como eu e o teu paizola ainda consultam o instinto e o bom senso. Os pais que não têm sentido pratico e deixaram de levar os filhos para as suas camas em nome de um suposto bem estar geral (e o que dizer da altura em que estes se vão ressentir da falta de intimidade no casal ou do dia em que estas crianças se vão ver atiradas para os seus quartos, qual problema adiado?) ou nunca experimentaram deixar os seus filhos a gritar desesperados nas suas camas (bébés de meses que não compreendem o abandono) durante noites seguidas até desitirem de chamar pelos pais e caírem no sono de vez... Teorias básicas do ponto de vista da psicologia humana, digo eu, muito semelhantes ás que se usam para treinar animais! Cão que dorme com os donos é feliz e dedicado, cão que dorme lá fora ao relento habitua-se a não chamar pelos donos e é feliz á mesma! Tudo soluções pronto a fazer.


E o que é feito de pensar pela nossa cabeça?! Como uma jovem mãe deseperada por ir de férias com o seu filho de 2 meses, ao pensar como enfiar na mala do carro: cama de viagem, banheira, esterelizador de biberons... Porque tudo se complicou tanto que é preciso pedir ajuda na internet para descobrir que a banheira é só um alguidar e que qualquer um serve, os tachos também servem para esterilizar, os bébés podem sempre dormir com os pais que não é por isso que nunca mais vão dormir sozinhos! Onde andam as avós e as sogras?! Antigamente aprendia-se tudo com elas, o que é compreensível. Custa-me sim, é um facto, compreender que agora se siga escrupulosamente teorias vazias, baseadas em estudos e não em sentimentos, que contemplam tão pouco o instinto mais básico que é o da parentalidade.
Eu não me considero detentora de nenhuma sabedoria especial e confesso que continuo a frequentar estes grupos de discussão porque sei que, apesar de tudo, tenho aprendido algumas coisas com eles. Por exemplo, ainda hoje descobri que dar mel (na chupeta) a bébés com menos de 6 meses para os sossegar pode ser um erro fatal, por causa de uma doença chamada botulismo. Descobri (já demasiado tarde, pois claro, pois na altura certa mal tinha tempo para descansar quanto mais deambular pela net!) que existem umas cadeiras espectaculares chamadas Bumbo (adequadas a bébés que ainda não se conseguem sentar sozinhos). Descobri que a raça das mães, é uma raça selvagem, teimosa, orgulhosa, apaixonada, insegura...
Já há muito queria escrever este post, mas acho que só agora fui capaz de reunir argumentação. Não é assim á primeira que somos capazes de perceber como nós e todos os pais e mães á nossa volta esqueceram que o exercício da parentalidade é a tarefa mais antiga do mundo! Para quê complicar?!
(dedico este post ás conversas com a futura mamã Carla P. Força, miga, em breve terás o Dioguinho nos braços!)

3 comentários:

*CC* # *Ruca* disse...

olá,

Sabes que mais, eu concordo com a tua teoria, cada vez mais eu faço o que me dá na real gana, e o meu lema é: eu só quero o melhor para o meu filho e por isso eu é que sei, lol...
Sim, continua a dormir no meu quarto, porque o dele fica no piso de baixo,
sim, continua a adormecer no meu colo, e fará até eu achar que sim;
sim, anda na aranha, agora já n quer saber de aranha, quer mesmo é andar no chão;
e sim tudo o que eu e o pai entendermos, não há nada como agir e seguir o instinto de mãe.

Beijocas, vou de férias (finalmente)

beijocas muito grandes e uma especial à Pipoca,
CC & Ruca

Eli Gee disse...

Olá!

Boas ferias, muito descanso, aproveita ao segundo o tempo com o Ruca e o maridinho...!!! Não há como as férias para recarregar baterias e viver a vida em pleno!

Beijocas muuuuuito grandes e uma bem repenicada na bochecha do teu pequeno principe!

Carla Pedro disse...

Obrigada pela dedicatória, muguita ;-)
Tambem me quer parecer que,mais cedo ou mais tarde, iremos retomar as nossas "conversetas"... só que agora em vez de licorosas serão leitosas e em vez de trocarmos opiniões sobre modelos educativos em geral iremos fazê-lo sobre a educação dos nossos reais descendente!
Cotas???!!! Nãooooooooo!!! Digamos antes que estamos crescidotas (e nunca se sabe se mais cedo do que estou a prever não nos pomos p'raí a "alardar" in english, eheheh).
Tadoroooooooooooo... e como vês ainda não fiz o check-in no hotel!